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Cissa

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Hoje me saiu essa frase, quase sem reparar no que estava falando: A voz é um instrumento para fazer música e não o contrário.

Fiquei refletindo sobre ela, é mais uma daquelas coisas que sai, mas a gente não sabe de onde saiu. A verdade é que eu mesma tenho me questionado sobre meu estudo de voz e o impacto que isso tem na música que eu crio. E vê só, parece que essa música tem suas próprias escolhas, segue seus próprios caminhos estéticos e a minha técnica é um mero instrumento pra chegar aos resultados que a música pede. Mas como foi que chegou nesse ponto?

Acho que já falei outras vezes, mas antes de trabalhar com música autoral, toquei em bares e lá no começo da vida, em bandas de baile (essas que tocam de tudo). Sempre digo que as bandas de baile foram minha primeira e mais importante escola, foi lá que eu pude experimentar todo tipo de voz, imitando as cantoras e cantores trabalhando para gerar o famoso elogio da pessoa leiga: "tu viu que ela canta igual a Celine Dion" (trocando essa por qualquer outra voz de artista conhecido).

Foi um laboratório amplo, imenso eu diria, mas um dia eu comecei a querer ser mais Cissa e menos "Celine" e aí vieram as dúvidas, as escolhas, o estudo. Sim, o laboratório foi valido, mas entender o que eu fazia, decodificar e escolher o que me agradava mais foi fundamental para a formação da minha voz cantada, da minha personalidade cantada como é hoje.

De uns anos pra cá, descobri as maravilhas de estudar fisiologia vocal, especialmente no contato com a Antropofisiologia vocal e isso tem feito voltas novamente na minha cabeça, tem me feito pensar mais sobre como quero soar e buscar ainda mais conhecer a minha voz e a voz dos outros. Acho que é por isso que gosto tanto de ajudar as pessoas a se encontrarem no seu instrumento voz.

Foi ajudando pessoas por aí que comecei a me questionar também e pensar o que eu quero produzir "agora", pensar que não preciso ficar presa a um sentimento ou a uma emoção e isso é maravilhoso. Somos seres únicos porque conseguimos expressar com arte, com o abstrato. Somos únicos porque temos consciência e ela é a base de todo ato criativo. Então fica o conselho de quem está em constante mudança na sua arte, tenham em mente exatamente onde, que sentimentos querem tocar, qual o lugar da sua voz na música que está querendo produzir e a partir daí, estude, pesquise, melhore tecnicamente. Só assim é possível se encontrar, se encontrar com a sua verdadeira personalidade musical, servir a música que quer produzir de forma que ela sempre ganhe. Não cair na ideia de que a voz é imutável e que devemos seguir cantando o que "cabe" na nossa voz.


Se você canta aquilo que sente, então como

pode acreditar que tudo que sente cabe em uma única forma de cantar?




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1 commentaire


Fabiano Santos Santos
Fabiano Santos Santos
13 mai 2020

E a pura verdade professora ,estou nesse processo de copiar ,de identificação ,um processo árduo ,longo ..que as vezes ,ou melhor por muitas vezes nos dá vontade de desistir ,principalmente quando nós começamos a nos escutar através de gravações de celular ..e nos escutamos oque os outros escutam ..então dá aquele desespero ,pois não e aquilo que vc quer escutar ,quer escutar uma voz que a grande maioria tem ..projeção ,potência,timbre,colocação vocal ...enfim ,são tantas coisas que dá vontade de "chutar o pau da barraca " e parar de uma vez com isso ,até porque você não"nasceu pra isso " você não tem o dom ,você não nasceu pra cantar ,então desista pra não se frustar mais ainda ...Pois a…

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